Eram somente um
Sem nenhum
Sem um canto
Somente o acalanto
Eram somente um
Sem nenhum
Mas lhe restavam os afazeres
Lhes guardavam os deveres
- Há uma goteira nessa telha. Pinga sempre em minha cabeça quando cozinho
- Arrumarei no final de semana se conseguir vender as latas
E quando menos esperavam
Lá estava ele
No meio do dia o que nem mais esperavam
E quando menos esperavam
Lá estava ele
Pincelando no lençol, o amor lhes encantava
E no meio dos dizeres
Eles lembravam do que um dia haviam sido
E recordavam dos prazeres
E se entristeciam por tudo que haviam querido
- Obrigada
- Do que?
- Por lembrar de mim quando há uma goteira pra arrumar, dinheiro pra ganhar e sono pra perder
- Obrigado você
- Do que?
- Por ser minha mesmo quando há comida pra esquentar e roupa pra lavar
E o sorriso relembrava a juventude
E um tempo que não mais voltava
E toda a vicissitude
Era mais do que ela pensava
- Sinto falta do passado
- Também sinto. Mas o amor ainda existe...
- Assim como a gente planejou que seria
- O amor foi a única coisa que restou dos planos do passado
E adormeceram no sono da nostalgia
quarta-feira, setembro 20, 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
Nossa, que conto/poema mais lindo.... adorei. Como vc, assim tão novinha, Fabi, consegue expressar coisas que têm tanto a ver com a maturidade??
Gostei, Fabi, bem profundo, parece um relacionamento de 20 anos...com certeza a inspiração não foi em você mesma!
Mas parabéns por ser tão observadora!
Estela
Ai, é lindo!
Só que tem um errinho... Tá errado falar "obrigado você". Te explico por e-mail!
Mas é lindo mesmo, é o inverso da carta do Obede, né?
Beijão!
Como disse a Camis.. tbm considero o inverso de minha carta..
lindo lindo lindo..
Você sim é a sensibilidade em pessoa..
beijos sista!
te lovo!
Fabi o passado sempre estará presente em nossas vidas....
A Silvia é uma graça também!
Beijos p/ vcs
Postar um comentário