Catarina finalmente achou que havia encontrado alguém pra vida toda, alguém com quem pudesse contar, que a levasse para jantar no sábado a noite e andasse de mãos dadas com ela. Mas o que Catarina não sabia é que Júlio tinha medo.
Ele lembrava do passado e tinha medo de esticar as mãos para outra mulher, estremecia ao pensar que podia sentir tudo de novo.
Ela agia ao contrário: Olhava para o passado e queria ter a felicidade de antes, se jogar de cabeça. Não somente esticar as mãos, mas segurar bem forte a do outro.
Um beijo uniu os dois, mas os corações batiam diferente. O olhar de um era medo, o do outro era esperança.
E então Catarina descobriu que segurar na mão do medo lhe tirava toda a esperança possível.
Guardou mais uma decepção no peito, encheu os olhos de coragem e não desistiu. Olhou para frente e viu uma longa rua, uma subida. Sentiu-se cansada. Sentou na beira da calçada, recuperou o ar e continuou a seguir.
Olhou para trás por um momento e percebeu o quanto já havia caminhado. Não enxergava lá atrás o começo de tudo. Estava muito distante.
Apontou o nariz para frente e sentiu que lá na frente caminhava alguém que tinha a esperança de óculos, assim como na música de Elis.
Não conseguia ver ainda a face do que lhe esperava, mas sabia que estava lá!
Calçou um sapato mais confortável e apenas seguiu.
sexta-feira, outubro 19, 2007
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